quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Artrose (Osteoartrose)


Artrose (Osteoartrose)

por Amigos do Hospital de Barcelos, sábado, 4 de Fevereiro de 2012 às 11:11 ·
     A osteoartrose (também conhecida por artrose) é uma doença degenerativa de carácter progressivo que afecta as articulações, provocando incapacidade para o ser humano ao atingir órgãos importantes para a funcionalidade na vivência do dia-a-dia, como são a mão, o joelho, a anca, a coluna vertebral e o pé.
    O processo artrósico pode atingir todas as articulações, mas afecta principalmente os segmentos cervical e lombar da coluna vertebral, a articulação carpo-metacarpiana do primeiro dedo da mão (rizartrose), as articulações interfalângicas proximais e distais dos dedos da mão, a articulação coxo-femoral (coxartrose), a articulação do joelho (gonartrose) e a articulação metatarso-falângica do primeiro dedo do pé.
     Uma articulação é uma estrutura do organismo que mantém a coesão entre as peças ósseas que constituem o esqueleto permitindo algum grau de mobilidade entre elas. De acordo com o seu grau de mobilidade podem ser fixas (como as do crânio), semimóveis ou móveis (ombro, joelho, anca mãos, pés, etc.).
     Na zona da articulação, os ossos estão revestidos por uma camada fina e lisa que, entre outras funções, facilita a mobilidade dos ossos entre si. A zona da articulação entre as peças ósseas encontra-se encerrada dentro de uma bolsa relativamente estanque que contém um líquido viscoso que serve principalmente para permitir uma lubrificação da articulação, de modo a que as peças ósseas se possam mover sem grande atrito o qual constitui a cápsula articular. Em determinados pontos, esta cápsula articular encontra-se reforçada por faixas fibrosas resistentes que constituem os ligamentos.
     A osteoartrose afecta inicialmente a cartilagem articular mas com o evoluir da lesão atinge progressivamente outras estruturas. Como resposta à agressão, desencadeia-se um processo inflamatório e como a articulação é uma bolsa limitada por uma membrana, esta responde com um aumento do líquido sinovial intra-articular, ocasionando edema e derrame dentro da articulação o qual poderá ter interesse drenar não para curar a artrose, mas para aliviar uma tensão excessiva capaz de provocar dor intensa e sofrimento da articulação. A punção articular é um procedimento delicado e que só deve ser efectuado em situações de indicação precisa.
    Para além da membrana, o próprio osso anexo à articulação responde com uma maior formação de tecido ósseo aumentando a densidade de forma visível no RX (esclerose sub-condral),  progride com a criação de saliências ósseas denominadas osteófitos e com a própria diminuição da inter-linha articular, ou seja, do espaço entre os ossos envolvidos.
     Sendo uma doença degenerativa de carácter progressivo, atinge essencialmente pessoas duma faixa etária mais avançada, se bem que possa ser precipitada por factores constitucionais ou de origem traumática.
     Trata-se de uma das principais causas de incapacidade na pessoa idosa e revestindo-se de particular relevo o facto de estar associada, neste grupo etário, a outras doenças também incapacitantes.
     O diagnóstico tem por base a História Clínica, na qual se incluem as queixas que levam o doente a recorrer ao médico, como sejam a dor e a impotência funcional e um exame clínico que nos mostra as alterações provocadas pela doença, tais como a limitação da mobilidade, a deformidade ou sinais inflamatórios.
    A dor é essencialmente de carácter “mecânico”, ou seja, agrava-se com os movimentos. É frequente também uma “rigidez matinal”, traduzida no facto do doente sentir dificuldade em mobilizar o membro afectado no início da manhã.
     O diagnóstico clínico é complementado por um exame simples e acessível o qual nos permite o a confirmação da doença como é o RX. Para casos mais complexos em que este exame não fornece informação suficiente, podemos recorrer a outros exames mais diferenciados, nomeadamente a TAC.
      A osteoartrose é uma doença crónica e o seu tratamento é muito variado, limitando-se sobretudo a educar o doente, aliviar os sintomas, minimizar a incapacidade e evitar a progressão da doença.    
     Como armas terapêuticas podemos incluir numa fase inicial um tratamento “médico” (não cirúrgico) envolvendo a reabilitação - hidroterapia, tratamento termal, cinesioterapia, etc.- e terapêuticas farmacológicas - dirigidas aos sintomas e que podem ser de aplicação tópica, sistémica, intra-articular e peri-articular.
     Se o tratamento médico não for suficiente, devemos ponderar em casos bem estudados o tratamento cirúrgico. 
     O tratamento cirúrgico permite numa fase mais ou menos precoce corrigir desvios anatómicos ou anomalias articulares que impliquem sobrecarga da articulação atingida. Numa fase mais avançada, que se pretende tardia devido à vida limitada dos implantes, a substituição da articulação, no todo ou em parte, por uma prótese, desenvolvidas para várias articulações, mas com aplicação prática sobretudo para as grandes articulações do membro inferior, anca e joelho.

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