domingo, 11 de março de 2012

Fracturas do Colo do Fémur/ Região Trocantérica


            As fracturas proximais do fémur são lesões traumáticas relativamente frequentes que ocorrem preferencialmente em pessoas de idade avançada, com estrutura óssea fragilizada pela osteoporose. O fémur é o maior osso do organismo e pode ser dividido em três segmentos, o proximal, que faz parte da anca onde se inclui a cabeça do fémur, o colo do fémur e a região trocantérica, a região média, a diáfise do fémur que faz parte da coxa e a região distal, que faz parte do joelho. A maior parte das fracturas ocorrem por quedas da própria altura, sendo mais frequentes o sexo feminino. Nos indivíduos mais jovem as fracturas são normalmente provocadas por traumatismos de alta energia, como acidentes de viação ou quedas de altura elevada, estando frequentemente associadas a outros traumatismos graves.
            O doente vítima deste tipo de traumatismo entra no Serviço de Urgência acamado, não conseguindo andar após uma queda, por não conseguir ficar de pé. Refere normalmente dor na zona proximal do fémur, limitação da mobilidade e o membro atingido encontra-se frequentemente encurtado e rodado externamente.
            O diagnóstico é confirmado pelo RX que nos permite também caracterizar a fractura quanto à sua localização - colo do fémur ou região trocantérica - e quanto ao tipo de fractura permitindo a sua classificação, de modo a determinar o tratamento adequado.
            A articulação coxo-femural é composta pelo fémur, que contribui com uma porção esférica, a cabeça do fémur a qual se move numa cavidade côncava da bacia, o acetábulo.
            As fracturas proximais do fémur podem ocorrer logo abaixo da cabeça, no istmo que a une com a cabeça, o colo do fémur, ou na zona logo a seguir, a região trocantérica
            A cabeça do fémur é uma zona com pouca circulação e uma fractura na região do colo do fémur tem poucas probabilidades de consolidar, o que influencia a decisão terapêutica. Já a região trocantérica é mais vascularizada, facilitando a consolidação da fractura.
            O tratamento deste tipo de lesões é cirúrgico na maioria dos casos, pois a alternativa, e só no caso das fracturas trocantéricas, é manter o doente acamado com uma tracção no membro afectado até à consolidação da fractura, sendo certo que quanto mais tempo o paciente permanece acamado, maiores são as probabilidades de ter complicações como trombose venosa profunda, embolia pulmonar, além do elevado rico de fazer escaras de decúbito.
            O tratamento varia desde a redução cirúrgica e osteossíntese, isto é fixação com implantes que vão manter a fractura alinhada e estável até à sua consolidação, até a artroplastia, isto é, a substituição da região proximal do fémur por uma prótese envolvendo quer apenas o fémur (parcial) ou toda a articulação (total).
            O tratamento deve ser complementado com reabilitação funcional, de modo a recuperar o melhor possível a lesão.
            É preciso ter sempre presente que independentemente do tratamento, atendendo à população atingida (idosos) são sempre fracturas com considerável mortalidade e morbilidade

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